Equipe multiprofissional abordou sobre a diabetes e suas complicações

A equipe multiprofissional da Policlínica Estadual de Quirinópolis realizou uma palestra sobre pé diabético, complicação da diabetes caracterizada por uma ferida (úlcera) nos membros inferiores agravada por uma infecção, mas também pode englobar qualquer alteração de origem neurológica, ortopédica ou vascular que afete essa região do corpo.

De acordo com a enfermeira Lorena Narla, o quadro de pé diabético costuma acontecer porque, com o passar do tempo, a diabetes leva a um problema chamado neuropatia. Essa situação causa um prejuízo aos nervos, resultando em deformações nos ossos e nos músculos dos pés e na redução da sensibilidade da pele.

“Com isso, ao mesmo tempo em que os pés se tornam mais propensos a sofrer um machucado (bolhas, calos, traumas etc.), o paciente perde parte de sua capacidade de sentir dor, o que faz com que ele não perceba que tem uma ferida e, assim, não procure tratamento”, explicou.

Além disso, as pessoas com diabetes tendem a apresentar problemas de circulação, o que dificulta a chegada do sangue até os membros mais distantes do coração, especialmente os pés. “Em consequência, essa região recebe menos oxigênio, o que prejudica a cicatrização e pode levar à morte do tecido, conhecida como necrose ou gangrena”, disse.

Lorena revela que o quadro evolui de forma silenciosa. “O paciente passa semanas ou meses com uma úlcera aberta, ou seja, uma porta de entrada para microrganismos causadores de infecções, principalmente as bactérias. Dessa forma, geralmente a lesão já está muito avançada quando a pessoa procura o médico, levando a um alto risco de amputação”, frisou.

Em sua apresentação, a Farmacêutica Jeska Martins abordou com os participantes sobre a monitorização do controle glicêmico, medida da taxa de glicose no sangue, através da punção digital e fita reagente, que é recomendada como parte fundamental no tratamento. Segundo a profissional, com os valores obtidos é possível saber se a terapêutica adotada está sendo efetiva ou não e, caso não, devem ser feitos ajustes nas doses de insulina, na alimentação, nos medicamentos e até mesmo em horários de práticas esportivas.

Realizar a monitorização é preconizado para pacientes com todos os tipos de diabetes. Promove a redução do risco de hipoglicemias, amplia a compreensão sobre o efeito dos diversos alimentos, do estresse, das emoções e dos exercícios sobre a glicemia pode ser útil na tomada de decisões sobre a dose de insulina . Permite, ainda, ajustes de insulina de maneira retrospectiva, nas consultas médicas, com base nos resultados obtidos ao longo de semanas e meses”, afirmou.

A nutricionista Maria Flora pontuou a respeito da terapia nutricional, uma das partes mais desafiadoras do tratamento do Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), com impacto decisivo na obtenção e na manutenção do controle glicêmico.

A terapia nutricional deve fazer parte do tratamento do diabetes em todas as suas fases de tratamento. Todos os pacientes com DM2 devem receber orientações para melhorar hábitos de vida, como reorganização dos hábitos alimentares. O paciente deve ser instruído em relação à alimentação saudável e deve receber orientações dietéticas específicas para o DM de um nutricionista, quando possível”, finalizou.

Fonte: Diário da Manhã