Campanha conscientiza a população sobre a inclusão de pessoas com autismo

A Policlínica Estadual da Região Sudoeste, em Quirinópolis, promoveu uma palestra, ministrada pela equipe multiprofissional sobre o Abril Azul, uma campanha para conscientizar a população sobre a inclusão de pessoas com TEA (Transtorno do Espectro Autista). De acordo com a gestora do cuidado Lorena Narla, a campanha tem o objetivo de levar informações para a população e combater a discriminação sobre os mais de dois milhões de brasileiros que possuem o transtorno.

A psicóloga Ana Luiza explicou que autismo que é um transtorno refere-se a uma série de condições caracterizadas por desafios com habilidades sociais e padrões restritos e/ou repetitivos de comportamento. “ Quando se descobre que o filho tem algum distúrbio que esteja incluído dentro do TEA, o susto é a primeira reação que se pode notar. Afinal, por mais que haja uma discussão bastante fundamentada na sociedade, é bem verdade que muitos pais precisam lidar com o diagnóstico e com os primeiros passos: providenciar junto de profissionais as intervenções iniciais para dar, desde já, melhores condições de vida”, disse.

Segundo Ana Luiza, a figura do psicólogo é de extrema importância, pois junto de outros responsáveis pelo tratamento, ele também é responsável por oferecer as coordenadas necessárias para o autista. “O acompanhamento psicológico é responsável por atender as demandas de cada caso com estratégias eficazes. É importante ressaltar que muitos autistas possuem inteligência normal ou até superior, mas não conseguem organizar essas informações a ponto de estabelecer comunicação ou aplicá-las em várias áreas”, afirmou.

Em sua apresentação, a nutricionista Maria Flora apontou sobre como as dificuldades relacionadas ao comportamento das crianças com TEA podem afetar a construção de bons hábitos alimentares e estado nutricional, uma vez que este público geralmente manifesta preferência por alimentos de baixo valor nutricional como bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados.

“A seletividade alimentar também pode ser um comportamento encontrado em crianças com desenvolvimento típico, contudo, quando crianças com esse traço e com TEA da mesma faixa etária são comparadas, apresentam um comportamento sensorial oral atípico mais elevado que infantes sem autismo, consequentemente, demonstrando maior resistência ao consumo de vegetais e de outros tipos de alimentos, de modo geral. Balancear a alimentação de pessoas com TEA traz inúmeros benefícios à saúde e bem-estar do paciente”, explicou.

A nutricionista destaca que convidar a criança com autismo para observar e auxiliar o preparo das refeições pode funcionar como uma ferramenta interessante na introdução de novos alimentos, que deve ser realizada oferecendo um mesmo alimento múltiplas vezes, até que, aos poucos, novas rotinas sejam estabelecidas e novas cores, sabores e texturas sejam aceitas.

Segundo a fisioterapeuta Bruna Fidelis, a fisioterapia tem como objetivo trabalhar aspectos motores, sensório-motores, tônus global, tônus postural, coordenação motora, equilíbrio, lateralidade, noção espacial, planejamento motor, esquema corporal e imagem corporal, bem como regulação sensório-motora e engajamento com a equipe interdisciplinar que atende o paciente com TEA sempre respeitando as suas individualidades, promovendo, assim, a formação dos alicerces para as competências sociais, emocionais e intelectuais destas crianças.

Fonte: Diário da Manhã